Depois de um dia inteiro em Nazca, pegamos pela última vez o ônibus da Cruz del Sur. Nosso destino dessa vez era a famosa Cidade Branca: Arequipa. De Nazca a Arequipa são aproximadamente 9:30 de viagem. Por conta desse longo tempo dentro de um ônibus, escolhemos fazer uma viagem noturna. Saímos de Nazca as 22:00 e chegamos em Arequipa por volta das 8 horas. Conseguimos um hostel com check in as 08:00, então, tudo encaixou tão bem que aproveitamos um dia inteiro na cidade antes de irmos ao Vale del Colca e na volta ainda tivemos mais metade de um dia caminhando sempre pressa pelos arredores.
Antes de começarmos os relatos das nossas atividades em si, que tal saber um pouco mais sobre a cidade?!
Um pouco sobre Arequipa
Arequipa é a segunda maior cidade do Peru. É uma metrópole com um décimo do tamanho da capital, Lima, mas que não deixa nada a desejar em termos de culinária, significado histórico e autoconfiança. Fizemos um passeio guiado e percebemos o quanto eles são orgulhosos de sua cidade e história.
Arequipa se encontra envolta não por um, mas por três vulcões espetaculares. Poderíamos dizer que sua localização é esplêndida, entretanto, a cidade sofre com questões sísmicas, ou seja, a cidade está numa região propensa a desastres naturais. Ela foi totalmente destruída por terremotos e erupções vulcânicas em 1600 e sacudida por grandes terremotos em 1687, 1868, 1958, 1960 e, mais recentemente, em 2001.
Por essa razão, a cidade possui muitas construções baixas, que são mais estáveis. E, para nossa sorte, diversos prédios históricos encantadores ainda sobrevivem. Dessa forma, pudemos apreciar a arquitetura da cidade, que é composta por conjuntos de edifícios barrocos-mestizos construídos com a pedra branca chamada sillar, que resiste até hoje a todos os golpes da natureza e dá o apelido da cidade: cidade branca.
Enquanto estivemos lá pudemos presenciar um pequeno abalo sísmico. Por um segundo achamos que estávamos sofrendo do mal da altitude, mas ao olharmos a nossa água sobre uma mesa de apoio do quarto percebemos que era o prédio que se mexia.
Um pouco de história
Há evidências que povos indígenas pré-incaicos da área do lago Titicaca ocuparam a região de Arequipa. Segundo alguns estudiosos, foram eles que deram o nome a cidade, na língua aimará, ari quer dizer “pico” e quipa significa “que está atrás”, portanto, Arequipa seria “lugar atrás do pico” do vulcão El Misti.
Há ainda uma outra versão que afirma que o quarto imperador inca, Mayta Capac, se encantou com o vale durante uma viagem e teria ordenado à comitiva que parasse, dizendo “Ari, quipay” – que pode ser traduzido por “Sim, fiquem”. Já os espanhóis fundaram a cidade em 15 de agosto de 1540, data que é lembrada com uma feira que dura uma semana todos os anos.
Independente de alguma delas serem verdadeira ou não podemos dizer que a cidade branca proporciona um encantamento aos visitantes devidos aos três vulcões que a rodeiam. Por isso, acreditamos ser bastante merecido que o núcleo central da cidade tenha entrado na lista do Patrimônio Mundial da Humanidade da UNESCO, em 2000.
Afinal, não só a deslumbrante vista da gigantesca catedral tendo ao fundo a imagem do Misti, com 5.825 metros de altura, mas também suas singelas paisagens urbanas e arquitetônicas tornam a cidade bastante apreciável.
Por que ir a Arequipa?
Em Arequipa é possível fazer uma imersão histórica e também apreciar um pouco de aventura nos Andes, caso seja o seu interesse. Afinal, algumas das riquezas culturais do Peru estão na região central de Arequipa, mas com poucas horas é possível se aventurar pelos dois cânions mais profundos do mundo.
Nós achamos que o local merece pelo menos 2 dias, se você for ao Vale del Colca precisará de 4, pelo menos.
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Viagem realizada em Agosto de 2014.
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